
cobra norato
Cobra Norato foi escrito em 1921, durante as andanças de seu autor, Raul Bopp (1898-1984), pela Amazônia. Considerado um dos mais importantes poemas do Modernismo Brasileiro, explora os mitos aquáticos amazônicos, como os da Boiúna e da Cobra Grande. A montagem utiliza mais de 60 bonecos, todos de luva e de balcão, baseados na cerâmica de Minas Gerais, no artesanato dos Carajás, na estatuária africana e na arte popular do Nordeste brasileiro.
O POEMA
Cobra Norato foi escrito, pela primeira vez, em 1921, em decorrência das andanças de seu autor, o gaúcho Raul Bopp, pela Amazônia e ainda sob a influência dos "nhengatus" de Antônio Brandão de Amorim, textos de forte influência indígena. Com a transferência do autor para o Rio de Janeiro, fica o poema em sua forma original até que, em 1927, já em São Paulo, com a carinhosa acolhida de Tarsila e Oswald de Andrade, Raul Bopp o recopia, acrescenta novas imagens e suprime versos. O poema anda, então, de mão em mão nos círculos literários ligados à Antropofagia. Finalmente é editado em 1931 por iniciativa de amigos e à revelia do autor.
Cobra Norato pertence à classe dos mitos serpentários do rico folclore da Amazônia, onde se incluem as lendas da Cobra Grande, da Boiúna e da Cobra de Óbidos e se relaciona com os mitos aquáticos da Iara, da Mãe d'Água, de Iemanjá e outros. Diz a lenda que uma cunhã foi engravidada pela Boiúna parindo então duas crianças que, obrigada pelo Pagé, atirou ao rio, onde se criaram transformadas em cobra. O menino, chamado Honorato (Norato) era de boa índole, mas sua irmã Maria Caninaña era perversa, perseguia animais e afogava náufragos, o que fez com que Norato a matasse para viver em paz. Cobra Norato, à noite, costuma se transformar em rapaz elegante e dançar nas festas da beira do rio, deixando na margem seu imenso couro de cobra.
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CONTRATAR
O MITO
