O espetáculo “O Pirotécnico Zacarias” (2019) põe numa mesma cena bonecos, atores, máscaras, som, sombras, animações e vídeo-projeções. Inspirada na obra do escritor mineiro Murilo Rubião, grande expoente do realismo fantástico brasileiro, a peça é, nas palavras de Marcos Malafaia, “uma fábula sobre o homem contemporâneo, que ganha abstração genérica na escrita de Murilo Rubião. Um herói que, mesmo sendo mágico, é incapaz de mudar a realidade”. 

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Para adaptação dos contos rubianos - “O Ex-Mágico da Taberna Minhota”, “Teleco, o Coelhinho”, “O Bloqueio”, “Os Comensais” e “O Pirotécnico Za-carias” - contamos com mais de 20 máscaras e bonecos de vestir, teatro de sombras e bonecos de luvas. Além disso, o espetáculo é híbrido trazendo vários atores em cena, com destaque para o personagem central interpretado por Antônio Rodrigues.

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A montagem abre novos caminhos para o teatro de bonecos do grupo Giramundo. Principalmente no que tange à aproximação da cena de bonecos ao universo do cinema e da animação. Buscamos integrar as duas linguagens, através da pesquisa e da interação entre a imagem real e a imagem pré gravada.

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A obra de Rubião é destaque por pertencer ao realismo fantástico - gênero narrativo em que a América Latina é conhecida por sua expertise. Exemplos não faltam: Jorge Luis Borges, Julio Cortázar e Adolfo Bioy e, claro, o prêmio Nobel de Literatura, Gabriel García Márquez, são alguns deles. Murilo Rubião e Álvaro Apocalypse, criador do Giramundo, trabalharam colaborativamente no Suplemento Literário do Diário Oficial de Minas Gerais, para o qual, várias vezes, Álvaro ilustrou contos do escritor. Madu Vivacqua, também fundadora do Giramundo, chegou a trabalhar, em sua juventude, como secretária de Murilo Rubião.

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“O Pirotécnico Zacarias” foi recebido com entusiasmo e angariou cinco prê-mios na 6a edição do Prêmio Copasa Sinparc de Artes Cênicas, em 2019. Sendo eles: melhor trilha sonora (Gabriel Guedes, Max Lehmann e André Martins), melhor criação de luz (Bruno Cerezoli, Tom Alonso e Marcos Ma-lafaia), melhor ator protagonista (Antônio Rodrigues), melhor diretor (Marcos Malafaia) e melhor espetáculo.